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SOBRE OS AFETOS QUE NOS PERMEIAM | Jornal Em Destaque por Bruna Richter em Colunista

SOBRE OS AFETOS QUE NOS PERMEIAM



SOBRE OS AFETOS QUE NOS PERMEIAM Classificação

Postado há 2 ano(s) | Rio de Janeiro | Colunista |

Bruna Richter

Pensemos juntos num cenário específico: Você desperta no meio da manhã, lentamente, ouvindo o som de pássaros ao longe. Espreguiça-se extensa e preguiçosamente. Vai até a janela e vislumbra a paisagem. O sol está ameno, o céu sem nuvem alguma, a brisa branda toca seu rosto. Árvores altas com flores diversas compõe harmoniosamente a paisagem bucólica.


Relaxadamente, você toma um café da manhã reforçado e delicioso, veste sua roupa favorita e decide passear para descobrir os encantos desse novo lugar que escolheu visitar. Em meio a paisagens incríveis, permanece deslizando sem rumo certo. Em um certo momento, tropeça numa pedrinha e quando se aproxima dela, vê em sua singeleza a possibilidade de tornar-se um novo amuleto da sorte.


Façamos agora um desvio desse pensamento: Faltou luz. Você acorda com sobressalto e descobre que, em decorrência da falta de energia, seu despertador não tocou. Se percebe muito atrasado e corre na tentativa vã de recuperar alguns minutos perdidos. Joga água fria no rosto, veste a primeira peça que encontra no caminho e sai correndo em direção à sua condução.


Lembra-se de que não está com sua pasta de trabalho.  Retorna e briga com a fechadura emperrada até recordar-se de que a mochila estava na empresa. Volta ao ponto do ônibus. Ele não chega. A espera é interminável. Você, inquietamente, decide andar até seu destino. Algumas pessoas se incomodam com a velocidade com que passa entre elas. Ao desviar-se, você tropeça num pedregulho e cai.


Nas duas conjunturas, como dizia Drummond, tinha uma pedra no meio do caminho. Contudo, não podemos deixar de distinguir um pedregulho que nos derruba de um amuleto que nos trará sorte. Apesar do empecilho, fisicamente, ser semelhante nas duas situações, há algo que os distingue terminantemente. Algo extremamente subjetivo. Nosso afeto.


Os nossos mais diversos sentimentos funcionam como as lentes com que conseguimos enxergar o contexto ao nosso redor. É através deles que experimentamos todas as nossas relações com o mundo e com os outros. E não há a possibilidade de que isso não ocorra. Nossas emoções estão juntas a nós em qualquer situação.


Reforço com isso que desde os estados mais passionais, de ódio ou medo, até às condições mais apáticas, como ceticismo ou indiferença, em todos esses casos existe um humor envolvido. Nossa vida é permeada de afetos. Não é possível que sejamos axiologicamente neutros. Sempre estamos afetivamente humorados e, dar-se conta disso, faz toda a diferença em nossa história.









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