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A CULPA E SEU PESO | Jornal Em Destaque por Bruna Richter em Colunista

A CULPA E SEU PESO



A CULPA E SEU PESO Classificação

Postado há 3 ano(s) | Rio de Janeiro | Colunista |

Bruna Richter

No dicionário a palavra culpa é definida por falta, delito, crime, dano, mal ou desastre causado a outra pessoa. Ou seja, quando nos consideramos responsáveis por algo condenável moralmente. Contudo, o sentimento de culpa pode também estar associado com um autojulgamento negativo que nos leva a acreditar que não conseguimos viver de acordo com o que a sociedade, os amigos ou a família esperam de nós. Quando entendemos que não agimos de acordo com valores ou princípios que consideramos admiráveis, essa sensação de que cometemos uma infração insiste em nos acompanhar. E essa ruminação mental, esse ciclo de pensamentos repetitivos pode se estender indefinidamente.


Existe uma figura mitológica que ilustra metaforicamente essa punição que nunca finda: Sísifo foi penalizado com a tarefa de rolar uma enorme pedra todo dia morro acima e, quando por exaustão ou fadiga a pedra rolasse morro abaixo, seu exercício no dia subsequente seria rolá-la novamente morro acima, eternamente. Condenado a um esforço enorme e inútil, dia após dia e para todo o sempre. Em paralelo, talvez esta história nos ajude a pensar no papel que a culpa pode ocupar em nossa existência. Quando perdemos a capacidade de nos perdoar, podemos estar lançando sobre nós o maior dos castigos.


A culpa, assim, assume sempre um peso enorme. Joga sobre nós um sentimento de onipotência, como se houvesse a possibilidade de acertar em todas as situações o tempo todo. O remorso que sentimos diante daquilo que fizemos e julgamos como absurdo pode até diminuir diante do perdão de quem se viu prejudicado, mas desaparece apenas se essa absolvição vier de nós. Esta sensação de mal-estar permanente não se dissipará caso não mudemos algo em nós. E isto se relaciona principalmente com nossa forma de enxergar o ocorrido.


Ao ficar aprisionado aos acontecimentos passados que nos geraram vergonha nos comprometemos inconscientemente com o sofrimento. Esta negatividade afeta nossos pensamentos, condutas e emoções nos lançando em uma roda viva que consome muito de nossa energia psíquica. E inclusive, por vezes, quando não aceitamos nossos próprios erros, aumentamos a chance de repeti-los. Entramos em um padrão de comportamento prejudicial que compromete seriamente nossa saúde mental. Mas diante de nossas falhas, de que outro modo poderíamos nos posicionar?


Primeiro, é imprescindível que nos apropriemos da compreensão sobre nossa liberdade diante da vida e o quanto isto impacta na responsabilidade - não na culpa - sobre nossas ações e relações. Além disto, se faz imperativo entender que somos pessoas e, portanto, passíveis de disparates pela nossa própria condição. Não aceitar isto seria retirar de nós nossa própria humanidade. E por fim, é fundamental a percepção de que precisamos lidar com nossos desacertos como parte de nosso processo de evolução. Perceber nossos deslizes pode nos impulsionar na direção de corrigi-los. E esta é uma oportunidade de ouro!









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