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No
meio de tantas crianças no mundo, cada uma com seu jeito próprio de ser, tem um
grupo com uma maneira ainda mais especial de pensar, sentir e brincar: as
crianças dentro Transtorno de Espectro Autista (TEA). Junto com elas, a edição
de hoje (22) do PRA GAROTADA mergulha no universo TEA e celebra o Dia Mundial
de Conscientização do Autismo, comemorado em 2 de abril.
O
autismo é um transtorno do desenvolvimento do cérebro e afeta várias partes da
nossa vida: a gente escuta de um jeito diferente, sente cheiros mais fortes e o
toque e a luz também são intensificados. Para algumas pessoas pode ser um
cheiro ou um barulho específico que incomoda e isso pode nos atrapalhar”, conta Gustavo,
que tem 13 anos, mora em Guarapari (ES) e está dentro do espectro.
O
cérebro das crianças autistas tem algumas particularidades físicas que fazem
com que elas pensem, sintam e respondam ao mundo de uma forma diferente das
crianças chamadas típicas. Com isso, os barulhos podem ser muito mais altos, as
luzes muito mais fortes e o tecido das roupas pode pinicar tanto que acaba
deixando as crianças nervosas e chateadas.
Quando
isso acontece, uma das formas que os autistas encontram de reorganizar os
pensamentos é fazer alguns movimentos repetitivos, como sacudir as mãos, bater
os pés, repetir sons ou balançar o corpo.
Mas
vale reforçar que essas características são muito individuais. Não existe um
padrão: crianças autistas são diferentes umas das outras e podem ter facilidade
ou dificuldade em coisas diversas, como todo mundo.
Eu
não gosto de barulhos e não aceito tão bem as regras dos jogos e das
brincadeiras. Mas gosto muito de brincar, de jogar bola e de estar com meus
amigos”,
conta Leonardo Duarte, que tem 7 anos, mora em São Paulo e é uma criança TEA.
Juntos
contra o preconceito
Embora
as crianças dentro do espectro autista sejam tão parecidas com as outras, elas
enfrentam alguns desafios muito particulares. Um deles é conseguir acessar de
forma gratuita médicos, remédios ou terapias que ajudem a desenvolver áreas em
que elas têm mais dificuldade.
Esses
tratamentos são um direito das crianças autistas, mas nem todas conseguem ter
acesso pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por falhas em políticas públicas.
Elas acabam, então, perdendo uma janela importante de desenvolvimento: a
infância.
Uma
criança dentro do espectro que não tenha tratamento, quando chegar na vida
adulta pode ter mais dificuldades e menos independência, porque não se
desenvolveu enquanto estava na infância”, explica Gustavo, que ministra palestras
sobre autismo para médicos e estudantes de medicina no Espírito Santo.
Outro
desafio está nas escolas, que muitas vezes não são preparadas para receber
crianças dentro do espectro.
As
escolas sempre fazem muitas filas e os deveres de casa são difíceis”, pontua Maria
Clara, de 6 anos, mora em Guarapari e está dentro do espectro.
Quem
também constrói essa edição do Radinho BdF, disponível no Podcast do ED, são mães
atípicas, que reinventaram a maternidade a partir do diagnóstico de seus
filhos.
Meu
filho, Théo, é um menino autista de 5 anos e desde os sete meses já mostrava
sinais: ele não atendida quanto chamávamos e teve dificuldade para aprender a
falar. No começo foi difícil, porque eu sabia que a partir do diagnóstico teria
que ser outra mãe. Ser mãe atípica é muito mais difícil, mas o que vem em troca
é muito bom. O Théo é um presente”, conta Patrícia, de 41 anos. “Não é uma
doença, não passa pra ninguém. Nunca deixe de lutar pelo seu filho”.
Quem
também está sempre ao lado dos filhos é a Emanuele Teixeira Vassoler, que tem
40 anos e é mãe de duas crianças autistas. Ela e outras mães e pais de crianças
TEA do Espírito Santo fundaram o coletivo Família
TEA, para trocar informações e experiências sobre autismo.
O
Família TEA nasceu há um ano e mio, para trocar experiências e prognostico das
crianças, com relação a medicação e equipe multidisciplinar”, conta. “Ninguém
prepara a gente para ter um filho com deficiência. Quando ficamos grávidas
pensamos na cor dos olhos, do cabelo, no quarto, mas a gente nunca está
preparada para uma deficiência. No grupo, nós nos apoiamos”.
Com
a voz, as mães
Quem
também constrói essa edição do Radinho BdF, disponível no Podcast do ED, são mães
atípicas, que reinventaram a maternidade a partir do diagnóstico de seus
filhos.
Meu
filho, Théo, é um menino autista de 5 anos e desde os sete meses já mostrava
sinais: ele não atendida quanto chamávamos e teve dificuldade para aprender a
falar. No começo foi difícil, porque eu sabia que a partir do diagnóstico teria
que ser outra mãe. Ser mãe atípica é muito mais difícil, mas o que vem em troca
é muito bom. O Théo é um presente”, conta Patrícia, de 41 anos. “Não é uma
doença, não passa pra ninguém. Nunca deixe de lutar pelo seu filho”.
Quem
também está sempre ao lado dos filhos é a Emanuele Teixeira Vassoler, que tem
40 anos e é mãe de duas crianças autistas. Ela e outras mães e pais de crianças
TEA do Espírito Santo fundaram o coletivo Família
TEA, para trocar informações e experiências sobre autismo.
O Família TEA nasceu há um ano e mio, para trocar experiências e prognostico das crianças, com relação a medicação e equipe multidisciplinar”, conta. “Ninguém prepara a gente para ter um filho com deficiência. Quando ficamos grávidas pensamos na cor dos olhos, do cabelo, no quarto, mas a gente nunca está preparada para uma deficiência. No grupo, nós nos apoiamos”.
Mascote TEA
E como a diversão é sempre garantida, a edição de hoje do Radinho BdF recebe uma visita pra lá de especial: o Auts, da série animada “Eu sou o Auts”. Ele é um menino de 6 anos, está dentro do espectro autista, ama a cor azul, o barulho da chuva e adora brincar de massinha.
E junto com o Auts veio também toda sua turma: a Ana, de 7 anos, que ama borboletas e é a melhor amiga da Auts; o Davi, de 8 anos, que adora entrar nas brincadeiras do Auts; e o cachorro que ama o Auts, apesar de provocar um pouco de medo nele.
Além dessa turma especial, o programa vem cheio de brincadeiras, com atividades especiais para incentivar a valorização da diversidade, comandadas pela professora Silvana de Oliveira. Na Hora de História, a contadora Márcia Marçal solta a voz em um relato muito emocionante sobre uma família atípica.
E a nossa Vitrolinha põe para tocar “Só eu sou Eu”, do Marcelo Jeneci, “É Normal ser Diferente”, dos Grandes Pequeninos e “A Maior Palavra do Mundo”, do Tom Zé.
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